Páginas

30/03/2010

"Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas para os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa , e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.
— Onde estão os documentos dos seus concursos? E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente...
— Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.
E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...
MORAL: Em terra de urubus diplomados não se houve canto de sabiá."
Rubem Alves
Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".
Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.
Rubem Alves

29/03/2010

"Cultura é o aproveitamento social da inteligência."
Gabriel Garcia Marques
Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão  governados por aqueles gostam.
Platão
É a esta força que mantém sempre a opinião justa e legítima sobre o que é necessário temer e não temer, que chamo e defino coragem.

Platão

27/03/2010

Os homens que se tornam arrogantes com o sucesso têm o mau hábito de odiarem aqueles a quem ofenderam. 
 Lucius Annaeus Sêneca
Aquele que executa de bom grado as ordens escapa ao lado penoso da submissão: fazer o que nos repugna. 
Lucius Annaeus Sêneca

O olhar

olhar o mar,
desviar do brilho intenso do sol,
se perder no horizonte, nas lembranças, nas esperanças...

26/03/2010

Mudança de Rumo

Foram tantas as esperas
Tantos os sonhos desfeitos
Tantas as decepções
Que aos poucos já não importavam
E para sobreviver, os caminhos tornaram-se diferentes, solitários
Os sofrimentos tornaram-se nada e se perderam na grande aventura que é a vida
Tudo mudado
Não há lamento, só constatação
Não há retorno
Há somente a possibilidade de seguir em frente
De ser feliz em nova trilha
Como num salto para o desconhecido
viver na incerteza do dia a dia
E os sonhos renascem com um colorido diferente
Com uma tranquilidade até então não revelada
Novos tempos... novo olhar... nova fase...
O grito muitas vezes cala momentaneamente em nossas gargantas.
Só espera o momento exato para poder utilizar todos os sons.
Maturidade é reconhecer que podemos errar, arrepender-nos e recomeçar a cada dia.

Por que eu?

Muitas vezes essa pergunta baila em meu pensamento, mas, a pergunta poderia ser: por que não eu?
Posso me defender, argumentar e Deus me deu o dom de raciocinar.
Amém
Para que conhecimento?
Para que "ser cidadão crítico" não se torne apenas expressão sem significado em nosso vocabulário.
Há momentos em que se deve parar, repensar as situações e as atitudes. Entender que todos os dias são chances que temos para recomeçar.

25/03/2010

Perder a viagem

Você pede ao patrão para sair mais cedo do trabalho, pega um ônibus lotado, vai para um consultório médico que fica no centro da cidade, gasta seus trocados, seu tempo e seu humor, e, ao chegar, esbaforido e atrasado, descobre através da secretária que sua hora, na verdade, está marcada para semana que vem. Sinto muito, você perdeu a viagem.

Todo mundo já passou por uma situação assim, de estar no lugar errado e na hora errada por pura distração. Acontecendo só de vez em quando, tudo bem, vai pra conta dos vacilos comuns a qualquer mortal. O problema é quando você se sente perdendo a viagem todos os dias. Todinhos. É o caso daqueles que ainda não entenderam o que estão fazendo aqui.

Estão perdendo a viagem aqueles que não se comprometem com nada: nem com um ofício, nem com um relacionamento, nem com as próprias opiniões. Estão sempre flanando, flutuando, pousando em sentimento nenhum, brigando por idéia nenhuma, jamais se responsabilizando pelo que fazem, pois nada fazem. Respirar já lhes é tarefa árdua e suficiente. E os dias passam, e eles passam, e nada fica registrado, nada que valha a pena lembrar.

Estão perdendo a viagem aqueles que, em vez de tratarem de viver, ficam patrulhando a existência alheia, decretando o que é certo e errado para os outros, não tolerando formas de vida que não sejam padronizadas, gastando suas bocas com fofocas, seus olhos com voyeurismo, sem dedicar o mesmo empenho e tempo para si mesmo.

Estão perdendo a viagem aqueles preguiçosos que levam semanas até dar um telefonema, que levam meses até concluir a leitura de um livro, que levam anos até decidir procurar um amigo. Pessoas que acham tudo cansativo, que acreditam que tudo pode esperar, que todos lhe perdoarão a ausência e o descaso.

Estão perdendo a viagem aqueles que não sabem de onde vieram nem tentam descobrir. Que não sabem para onde ir e nem tentam encontrar um caminho. Aqueles para quem a televisão pode tranqüilamente substituir as emoções.

Estão perdendo a viagem aqueles que se entregam de mão beijada às garras do tédio.

Martha Medeiros
"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero.
Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce dificuldades para fazê-la forte,
Tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas,
elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos."
Clarice Lispector

19/03/2010


"É melhor atirar-se em luta, em busca de dias melhores, do que permanecer estático como os pobres de espírito, que não lutaram, mas também não venceram. Que não conheceram a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, ao final de sua jornada na Terra, não agradecem à Deus por terem vivido, mas desculpam-se diante dele, por simplesmente, haverem passado pela vida." 
Bob Marley






14/03/2010

Carinho amigo

Os momentos de perda, sejam quais forem, nos obrigam voltar o olhar para o que é realmente importante. Nos fazem perceber o sorriso que apóia, o abraço que acalma, a palavra que conforta, o silêncio que aceita.

A Renúncia ao Poder

A Condição Humana
Hanna Arendt

O único fator material indispensável para a geração do poder é a convivência entre os homens. Estes só retêm poder quando vivem tão próximos uns dos outros que as potencialidades da ação estão sempre presentes; e, portanto, a fundação de cidades que, como as cidades-estado, se converteram em paradigmas para toda a organização política ocidental, foi na verdade a condição prévia material mais importante do poder.

O que mantém unidas as pessoas depois de ter passado o momento fugaz da ação (aquilo que hoje chamamos «organização») e o que elas, por sua vez, mantêm vivo ao permanecerem unidas é o poder. Todo aquele que, por algum motivo, se isola e não participa dessa convivência renuncia ao poder e torna-se impotente, por maior que seja a sua força e por mais válidas que sejam as suas razões.
"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida. Ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem número, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio, mas isso te custaria a tua própria pessoa: tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Aonde leva? Não perguntes, siga-o!
"Por que você se assusta? O que acontece para a árvore, acontece também para o homem. Quanto mais deseja elevar-se para as alturas e para a luz, mais vigorosamente enterra suas raízes para baixo, para o horrendo e profundo: para o mal".
“Os homens de convicção simplesmente não tecem considerações no que toca aos fundamentos do valor e desvalor. Convicções são prisões. (...) A grande paixão usa e volta a usar convicções, não se submete a elas...”
Friedrich Nietzsche

13/03/2010

Acontecimento
(Vinicius de Moraes)

Haverá na face de todos um profundo assombro
E na face de alguns risos sutis cheios de reserva
Muitos se reunirão em lugares desertos
E falarão em voz baixa em novos possíveis milagres
Como se o milagre tivesse realmente se realizado
Muitos sentirão alegria
Porque deles é o primeiro milagre
E darão o óbolo do fariseu com ares humildes
Muitos não compreenderão
Porque suas inteligências vão somente até os processos
E já existem nos processos tantas dificuldades...
Alguns verão e julgarão com a alma
Outros verão e julgarão com a alma que eles não têm
Ouvirão apenas dizer...
Será belo e será ridículo
Haverá quem mude como os ventos
E haverá quem permaneça na pureza dos rochedos
No meio de todos eu ouvirei calado e atento, comovido e risonho
Escutando verdades e mentiras
Mas não dizendo nada
Só a alegria de alguns compreenderem bastará
Porque tudo aconteceu para que eles compreendessem
Que as águas mais turvas contêm às vezes as pérolas mais belas



10/03/2010

pra recordar

"O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO"
José Antônio Oliveira de Resende

Sou do tempo em que ainda se faziam visitas.
Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no
banho porque a família toda iria visitar algum conhecido.
Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé.
Geralmente, à noite. Ninguém avisava nada, o costume era chegar de
paraquedas mesmo.
E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos
poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha
mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos.
Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.
– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai
conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e
meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá,
entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede,
duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro...
casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e
acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café
aos visitantes.
Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha –
geralmente uma das filhas – e dizia:
– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café
era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga,
biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As
gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A
vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na
esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que
acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e
amizade....
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até
que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para
casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração
aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa.
Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se
repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta.
Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons
professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail.... Cada um na sua e
ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa.. Agora a gente
combina encontros com os amigos fora de casa:
Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem
epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas.
Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados
que assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode
entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do
queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite....
Que saudade do compadre e da comadre...




09/03/2010

Para destruir, aniquilar definitivamente um homem, infligir-lhe as punições mais terríveis, diante das quais o assassino mais feroz tremeria de pavor, basta apenas lhe atribuir um trabalho de caráter total e inteiramente inútil e irracional. (Fiódor Dostoiévski)


04/03/2010

"Pelego"

Em essência, "pelego" é um aparelho ideológico do estado, enraizado em diferentes organismos da sociedade. Subir rapidamente na vida ou conseguir impor-se pela prática da espionagem, obedecer cegamente os mandos e desmandos do poder, esquecer conscientemente a sua origem social e os preceitos da solidariedade, etc.- há, sem dúvida, muita relação entre Judas e esse delinquente da sociedade.
Quem frente às estruturas opressoras não tiver a coragem como alicerce, provavelmente vira capacho.

Ezequiel da Silva

Ética

A ética é uma espécie de cimento na construção da sociedade.
Betinho

Para ver o mundo num grão de areia
E um céu numa flor silvestre
Segue o infinito na palma de sua mão
E a eternidade numa hora

Willian Blake

03/03/2010

Para alegrar o coração... (clicar na figura)

Dignidade de trabalhador

Tranqüilo como qualquer pessoa, o rosto só transmite o mesmo alheamento cansado de todo mundo, dos que estão voltando do trabalho monótono e medíocre, aquela moça que deve ser funcionária pública e tem a cara vazia como se tivessem tirado tudo o que tem dentro dela e deixado somente a casca. Mas, sem doer tanto, porque já estão tirando o recheio dela há muito tempo, pouco a pouco. Mas não pode deixar transparecer que nos transformaram em carne moída duma só vez e o rosto não transmite nada.
Renato Tapajós

Os donos do poder

Ouvi pelos corredores do local onde trabalho: "Quem não estiver contente, que mude de emprego! Substituiremos todos os insatisfeitos".
Então, com essas palavras ecoando em meus ouvidos, entendi um texto que li há algum tempo em uma revista de cultura.

"Na ótica dos donos do poder o papel social do trabalhador oscila entre nada e coisa nenhuma". Um mero objeto a ser trocado ao sabor do acaso. Rotatividade. “Quanto maior a instabilidade, maior a alienação e menor a crítica e transformação.”
Ezequiel da Silva



01/03/2010

Sou uma pessoa comum

Sou uma pessoa comum. E você? Fui criado com princípios morais comuns.
Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões e nossa única preocupação em relação à segurança era o flagrante do lanterninha dos cinemas!
Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas dignas de respeito e consideração.
Quanto mais próximo, e/ou mais velhos, mais afeto.
Inimaginável responder deseducadamente a policiais, mestres, idosos, autoridades.
Confiávamos nos adultos porque todos eram pais de todas as crianças da rua!
Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror.
Hoje, sinto uma tristeza infinita por tudo que perdemos.
Por tudo o que meus filhos precisam temer.
Matar pais, avós, violentar crianças, sequestrar jovens, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidade no noticiário policial.
Não levar vantagem é ser otário!
Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão.
Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos.
O que aconteceu conosco?
Professores agredidos em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas portas e janelas.
Crianças morrendo de fome, gente com fome de morte.
Que valores são esses? Carros que valem mais que abraços, filhos pedem como brindes por passar de ano.
Mais vale vinténs do que um gosto? Que lares são esses?
Bom dia, boa noite, até mais. Jovens ausentes, pais ausentes, droga presente e o presente uma droga.
Quando foi que fechei a janela do meu carro? Quando foi que me fechei?
Quero de volta a minha dignidade, a minha paz e o lugar onde o bem e o mal são contrários, onde o mocinho luta com o bandido e o único medo é de quem rouba e mata.
Quero de volta a lei e a ordem.
Quero liberdade com segurança. quero tirar as grades da minha janela.
Quero a honestidade como motivo de orgulho.
Quero a retidão de caráter. a cara limpa e o olho no olho.
Quero empregos decentes, salários condizentes, uma oportunidade a mais.
Uma casa para todos, comida na mesa, saúde a mil.
Quero livros, cachorros, sapatos e água limpa. Eu quero voltar a ser feliz!
Quero xingar quem joga lixo na rua, quem fura a fila, quem ultrapassa a faixa,quem não usa cinto, quem não paga a conta, quem não dignifica meu voto e cobra mensalão.
Abaixo o "ter", viva o "ser" e o "sentir"!
E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã!

denocruz@uol.com.br
Velho Sábiowww.velhosabio.com.br