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03/04/2010

Indignação

"Os intelectuais se calaram. Os artistas de antigamente que iriam aos rádios, as emissoras de tv protestar sobre isso parece que não existe mais, só pensam mesmo é em ganhar dinheiro. E nós? Permanecemos ainda conformados com tudo isso. Muitos dizem: “é assim mesmo!” ou, “fazer o que ‘né’?”; ou mesmo tiram piadas sobre a situação desmerecedora que passam. Político bom, para muitos da população brasileira, que não tem o mínimo de senso critico é aquele que investe em carnaval fora de época e se esquece do saneamento; é aquele que dá cesta básica e por outro lado passam mais de 300 dias de fome; é aquele que enrola e diz que vai fazer e na verdade não fazem nada. Infelizmente a maioria do povo brasileiro não tem uma cultura crítica para saber o que é certo e o que é errado. É uma cultura conformista. Contudo, somos um povo que sobrevive a muitas crises. Mas do que adianta? Se ficarmos calados em meio a tantos aparatos que dá para rir de nós mesmos. É mais vantagem assistir Realitys Shows que o povo fica comentando. Não é a toa que a TV Cultura não tem tanta audiência como a Globo e a Record tem nestes estúpidos programas em nossas televisões. É assim que eles querem, construir e permanecer com um país sem senso crítico e que a população não tenha poder também."
Leo Durval - Acadêmico do Curso de Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e do curso de Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).

Aprendizagem de desaprender - A sabedoria de Rubem Alves

Ao nascermos somos pinho puro, mas, logo começam as demãos de tinta.
cada um pinta sobre nós a cor de sua preferencia.
Todos são pintores: pais, avós, professores, padres, pastores.
Até que nosso corpo desaparece.
Claro, não é com tinta e pincel, é com a fala.
A tinta são as palavras.
Falam, as palavras grudam no corpo, entram na carne.
Ao final o corpo está coberto de tatuagens da cabeça aos pés. Educados.
Quem somos ?
Procuro despir-me do que aprendi,
procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos
desembrulhar-me e ser eu
Isso exige um estudo profundo
Uma aprendizagem de desaprender...